“Ele está de volta”

 

Incluído recentemente no catálogo Netflix, o filme “Ele está de volta”, é baseado no livro do mesmo nome do autor alemão Timur Knock off Watches cheap replica watches www.ecole-polonaise.com replica watches cheap replica watches cheap replica watches Vermes. Dirigido por David Wnedt , o filme mostra Adolfo Hitler acordando de um longo sono em 2011 e encontrando obviamente uma Alemanha bem diferente daquela que ele deixou em 1945.

No filme, Hitler se impressiona com a modernidade alemã e as pessoas se impressionam com ele, que vira ator na televisão. A emissora televisiva que ele passa a frequentar diariamente, com receio de ser percebida como incentivadora da propaganda nazista, coloca-o, inicialmente, em programas humorísticos, mas ele não se importa e nem se abala. Seu desejo é comunicar-se com o povo alemão. A audiência aumenta na mesma proporção em que aumenta também a sua aparição em programas jornalísticos, talk shows, enfim, onde o pusessem, lá estava Hitler, pronto para responder às perguntas, a pregar o nacionalismo, a criticar a democracia socialista, os imigrantes e a própria televisão que, segundo ele, somente transmitia porcarias, como receitas culinárias, ao invés de investir no povo alemão.

Impressionante como Hitler, o füher (condutor, guia, líder, chefe), com as suas palavras claras e objetivas toca o imaginário das pessoas. Suas declarações invadem as redes sociais, milhões e milhões de internautas comentam as suas posições, declaram-se favoráveis a elas. Os jornais não deixam por menos e a personagem passa a ser respeitada como se fosse o verdadeiro füher, mas nem todos: um grupo de neonazistas, por exemplo, o espanca por achá-lo um aproveitador e uma velha judia, reconhecendo-o, xinga-o de assassino, pelo genocídio dos judeus.

Bom mesmo é ver o filme, perceber a sutileza das palavras, mas nessa crônica, desejo apenas ressaltar que o ator que o conduziu à televisão acabou descobrindo que Hitler era o verdadeiro Hitler (claro que no filme). Revoltadíssimo, leva-o ao terraço de um edifício alto e ameaçando-o com um revolver o faz recuar até chegar à extremidade da laje, então, atira e Hitler cai, mas ao invés de espatifar-se no asfalto, para espanto do ator, eis que o füher ressurge intacto e diz que jamais será morto porque o ator, como todo o povo, tem dentro de si um pouco dele. Ou seja, todos têm um pouco de Hitler.

Será verdadeiro que temos em nós algo de Hitler? Penso que nem todos, mas que esse filme satírico veio bem a propósito da onda neonazista que se espalha pelo Ocidente, inclusive no Brasil, disso não tenho dúvidas. Aliás, o próprio diretor David Wnedt, assim se expressou com o resultado do filme que dirigiu: “Foi assustador perceber a força das ideologias de extrema-direita, independentemente da idade ou da região de onde vêm. Muitas pessoas eram contra os estrangeiros, criticavam o Islã e queixavam-se da democracia. Foi assustador constatar a força dessas ideias”.

Se foi assustadora essa constatação na Europa e em especial na Alemanha, que viveu a experiência do regime nazista, imagine, caro leitor, a perplexidade que nos causa saber que essas ideias circulam e são interiorizadas por boa parte de nosso povo.

Recentemente, o deputado Jair Bolsonaro teve a petulância de homenagear o coronel Ustra, um cheap omega replica cheap replica watches replica watches Knockoff replica watches sanguinário torturador na época da ditadura militar. E que dizer do deputado Major Olímpio em relação à chacina de Manaus, que afirmou “Vamos lá, Bangu! Vocês podem fazer melhor”. Ambos incitaram o ódio e a violência, coisa que tem sido, de alguma forma, assimilada por muitos brasileiros, que dizem (ou postam nas redes sociais) em auto e bom som, que “bandido bom é bandido morto”.

            Por fim, não podemos nos esquecer da grande mídia e dos colunistas que, mesmo não tendo, muitas vezes, plena consciência do que fazem, propagam com sutileza o ódio aos imigrantes, aos negros, aos pobres, aos índios e aos que fogem aos padrões de gênero masculino e feminino.

Pior ainda é constatar que não somente políticos obtusos e idosos saudosistas, mas também jovens, na mais maravilhosa fase da vida, acometem-se dessa ignóbil ideologia de ultradireita.

Por essas e outras, cidadãos conscientes, homens e mulheres que defendem a democracia, a liberdade de expressão e que desejam um mundo melhor, mais justo, mais fraterno e mais igual, devemos cerrar fileira e buscarmos mais escolas, mais saúde e menos cadeias.   

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

Voltar

Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

Abrir arquivo

2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

Abrir arquivo

MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

Abrir arquivo

Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

Abrir arquivo

Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

Abrir arquivo

[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

Abrir arquivo

[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

Abrir arquivo

[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

Abrir arquivo

Contato

Informações de Contato

biasotto@biasotto.com.br